O homem caminha lentamente pelo passeio estreito. Tem os ombros curvados e inclina um pouco a cabeça para frente, como se a rampa da rua o fizesse tombar. Olha para o chão mas parece nem o ver. Quando passa pelo halo de luz dos candeeiros, brilham as gotas de chuva que lhe escorrem pelo sobretudoContinue a ler “Um passo”
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minha Lisboa (que não quero deixar)
Parto de alma cheia, coração pesado e cabeça em turbilhão. Redescobri essa capital que me pertence, 20 anos depois – renovada, mas ainda a mesma. E na altura perfeita: no final de um Verão que ainda aquece as ruas e liberta tempo às minhas gentes e a recuperar de um confinamento que devolveu os daContinue a ler “minha Lisboa (que não quero deixar)”
O tempo responde ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem
Ainda tenho a E de sábado deitada comigo na cama. Armar-me em fénix na meia idade tem destas coisas; renasço na reinvenção, mas também recupero as minhas inevitabilidades. E ser vida para a qual o relógio não chega será sempre uma delas. A inquietude da próxima curva da estrada também permanece e complica a matemáticaContinue a ler “O tempo responde ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem”
O tasco do bairro
Todos temos. Todos temos a capela diária de fim de jornada, a paragem na via sacra da quotidianidade. Para uns é a confeitaria do pequeno almoço onde se sentam depois dos miúdos estarem na escola, para outros é o café do tio António onde fazem escala ao balcão antes do regresso a casa. É oContinue a ler “O tasco do bairro”