À pala da pandemia os meus pais desenvolveram capacidades tecnológicas que me parecem verdadeiros super-poderes.Agora, volta e meia, envio-lhes o que escrevo em forma de link pelo WhatsApp. O meu pai recebe, abre, lê. Sei que se comove na sua fortaleza de aparente indiferença e se lhe marejam os olhos. Nunca me diz que meContinue a ler “. dos (meus) pais”
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Despertar
Gosto de ouvir música quando escrevo. A música certa torna o trabalho mais fluido, mais instintivo e espontâneo. O que funciona melhor são as melodias que crescem e se acanham, deambulam pelo escritório como pautas dançantes, e me envolvem sem me arrastar para dentro de viagens afectivas ou danças inevitáveis. Comecei um projeto novo ontemContinue a ler “Despertar”
Mesa branca, vida nova
jorro
Não consigo parar o meu pensamento, é como um comboio desgovernado, uma avalanche de emoções e ideias encadeadas ininterruptamente, que não consigo parar, abrandar, conter. Às vezes basta perceber que fiz algo tão pueril como um comentário que falhou a marca no Twitter para desencadear uma crise de horas de insónia naquela que era umaContinue a ler “jorro”
Marcadores de intimidade – Ler em voz alta
Há gestos, cumplicidades, odores, partilhas, toques que só acontecem dentro da película da esfera da intimidade. A intimidade transcende o sexo, transcende a quotidianidade, transcende o hábito. A intimidade revela-se em pequenos nadas que carregam o mundo às costas. Inaugura-se hoje o Marcadores de Intimidade do Blue Notes. Ler em voz alta. Ler em vozContinue a ler “Marcadores de intimidade – Ler em voz alta”
O tempo responde ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem
Ainda tenho a E de sábado deitada comigo na cama. Armar-me em fénix na meia idade tem destas coisas; renasço na reinvenção, mas também recupero as minhas inevitabilidades. E ser vida para a qual o relógio não chega será sempre uma delas. A inquietude da próxima curva da estrada também permanece e complica a matemáticaContinue a ler “O tempo responde ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem”
funil
Sabem quando têm tanta vida cá dentro que não há voz que chegue, não há mãos que corram suficientemente rápido no teclado, não há sequer voz interior que alcance a verbalizar o que rebenta em emoção, desvario, desespero e ânsia?