Voar

Desta vez, tínhamos escolhido um penhasco. Não importava realmente onde, só precisávamos de rocha alta e mar. Finisterra, arquipélago, cabo do Mundo, a geografia acabou por ser desinteressante, mandámo-nos para a primeira linha de ecrã dos destinos do dia em que nos decidimos a voar para fora do confinamento. Paradoxalmente, quando chegámos, sentimo-nos dentro. DentroContinue a ler “Voar”

dar corpo à ausência

Assim que a porta se fechou nas tuas costas, foi como se uma cortina de gelo descesse sobre a casa. E não estou a ser metafórica, foi arrepio de pele, encolher de ombros em desconforto, nuca eriçada por calafrio. Como se atrás de ti tivesse ido qual cauda de cometa todo o calor destes dias.Continue a ler “dar corpo à ausência”

minha Lisboa (que não quero deixar)

Parto de alma cheia, coração pesado e cabeça em turbilhão. Redescobri essa capital que me pertence, 20 anos depois – renovada, mas ainda a mesma. E na altura perfeita: no final de um Verão que ainda aquece as ruas e liberta tempo às minhas gentes e a recuperar de um confinamento que devolveu os daContinue a ler “minha Lisboa (que não quero deixar)”

O tempo responde ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem

Ainda tenho a E de sábado deitada comigo na cama. Armar-me em fénix na meia idade tem destas coisas; renasço na reinvenção, mas também recupero as minhas inevitabilidades. E ser vida para a qual o relógio não chega será sempre uma delas. A inquietude da próxima curva da estrada também permanece e complica a matemáticaContinue a ler “O tempo responde ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem”