Inevitável. Incondicional. Irracionalizável.
Explicar este amor é um exercício de futilidade. Há pouca coisa que não consiga, com maior ou menor esforço, passar a verbo. O amor que vos tenho é a excepção. Amo-vos porque sim. Porque não escolhi amar-vos, porque quando soube de vós já se me tinham misturado na massa do sangue e desde esse momento limitei-me a aceitar que parte da minha vida tinha deixado de me pertencer.
Não passei a viver com o coração fora do corpo, como por aí se diz. Passei a viver com o coração partido: parte ainda minha, parte toda vossa. Ver-vos crescer no mundo como dois milagres que se fazem gente, que pensam, sentem e agem em permanente desafio, é um deslumbre divertido que me ensina mais do que algum dia serei capaz de vos transmitir.
Acho que estive 11 anos para conseguir passar ao papel o espanto que nunca me abandona por saber que me pertencem na mesma medida em que vos pertenço: fatalmente.